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Descomplicando Afasia #03

Na edição deste mês, vamos abordar um tema muito relevante sobre Afasia que nem todos devem conhecer. Estamos falando da APP, Afasia Progressiva Primária, uma doença que é pouco conhecida, mas que vem acometendo muitas pessoas.

 

Esta é a Descomplicando a Afasia, a newsletter que permite entender mais de perto o universo de quem convive diariamente com ela.

 

Na edição deste mês, vamos abordar um tema muito relevante sobre Afasia que nem todos devem conhecer. Estamos falando da APP, Afasia Progressiva Primária, uma doença que é pouco conhecida, mas que vem acometendo muitas pessoas. Vamos juntos saber e entender sobre APP?

 

Qual a diferença entre Afasia Vascular e Afasia Progressiva Primária?

 

Muitas pessoas e seus familiares, ao receber o diagnóstico de APP, acham que Afasia e APP são a mesma coisa. Bom, as diferenças são muitas! E é fundamental saber que cada uma ocorre por causas diferentes e, também, cada uma evolui de modos distintos, apesar deterem em comum o nome Afasia.

 

Afasia Vascular: é uma condição que resulta de uma lesão cerebral, geralmente no hemisfério cerebral esquerdo, causada por AVC, traumatismo craniano ou tumores cerebrais, entre outras causas. Não dá para prevenir a Afasia Vascular em si, mas é possível prevenir ou reduzir os fatores de risco que podem levar ao AVC, por exemplo. A Afasia Vascular afeta a habilidade de fala, de escrita, de leitura e de compreensão, prejudicando a comunicação da pessoa em diferentes graus de severidade. Não existe tratamento medicamentoso para a Afasia Vascular, mas existe reabilitação de linguagem: a Fonoaudiologia tem um papel fundamental na recuperação da linguagem da pessoa com Afasia.

 

Afasia Progressiva Primária: é uma doença causada pelo acúmulo de proteínas em partes específicas do cérebro, e que pode acometer qualquer pessoa, pois independe de fatores de risco ou de prevenção. A APP aparece de forma lenta e gradual e suas causas ainda não estão determinadas ou esclarecidas.

 

Assim como na Afasia Vascular, a APP tem impacto na linguagem e na comunicação da pessoa, caracterizando-se pela dificuldade em encontrar a palavra que se quer falar, dificuldade de produzir e compreender enunciados, dificuldade de compreender a fala do outro, afetando tanto a linguagem oral quanto a escrita, e também a fala.

 

Diferente da Afasia Vascular, a APP, como o nome diz, é progressiva, ou seja, ela tem um declínio gradual com o tempo. Não se sabe a velocidade desse declínio e não existe um padrão, podendo variar de acordo com cada pessoa. É preciso estudar e compreender cada caso como único, pois afinal, é uma doença ainda rara que nem sempre é diagnosticada corretamente.

 

Não há cura para a APP, nem há tratamento medicamentoso, porém, a reabilitação cognitiva pode trazer mais qualidade de vida para as pessoas acometidas pela doença. A Fonoaudiologia, a Fisioterapia, a Terapia Ocupacional são tratamentos muito bem-vindos nestes casos, mesmo se tratando de um problema progressivo.

 

Há diversas formas de ajudar e orientar alguém com APP a aperfeiçoar suas formas de se comunicar, portanto, há sim maneiras de obter alguma melhora e minimizar o impacto da doença na vida das pessoas com Afasia Progressiva Primária.

 

Qual a diferença entre APP e doença de Alzheimer?

 

Bom, tanto a Afasia Progressiva Primária como a doença de Alzheimer são tipos de demência, ou seja, em ambos os casos, trata-se de uma doença degenerativa no cérebro. Porém há certas diferenças.

 

O Alzheimer costuma aparecer predominantemente a partir dos 65 anos de idade e tem, como característica mais comum, a dificuldade de memória. A APP tende a ocorrer em adultos mais jovens e, diferentemente do Alzheimer, a memória nem sempre está envolvida. O aspecto mais prejudicado é a linguagem, interferindo na comunicação e, consequentemente, nas interações sociais. A APP se manifesta através da dificuldade comas palavras, seja para elaborá-las ou escrevê-las, quanto para evocá-las e usá-las em enunciados.

 

Desmistificando a Demência

 

Chamamos de demência quadros em que há dificuldades cognitivas (memória, atenção e/ou linguagem, por exemplo) e, estas, atrapalham o dia a dia da pessoa, fazendo com que necessite de ajuda para algumas atividades. Sabemos que é uma palavra que assusta e que, frequentemente, é associada a pacientes esquecidos e dependentes. No entanto, destacamos que este estigma nem sempre é verdadeiro.

 

Embora muitas demências tenham sintomas que se agravam ao longo do tempo, nem todas vão evoluir. E, mesmo quando há progressão, cada indivíduo tem seu tempo. E este pode ser de muitos e muitos anos.

 

Apesar destas dificuldades, é comum que as pessoas com APP se lembrem de compromissos, de caminhos e trajetos, assim como de eventos recentes, já que este tipo de memória geralmente não é acometido de maneira significativa. Isso possibilita que as pessoas com APP sejam independentes por mais tempo.

 

Infelizmente, até o momento, não existe um tratamento medicamentoso específico para as APPs, mas o trabalho fonoaudiológico pode ajudar e muito com atividades específicas para aumentar o vocabulário, formar frases, conversar e interagir.

 

É importante oferecer suporte para a pessoa com perda cognitiva, respeitando suas preferências e desejos, pois ela está passando por um momento de ajustes, além da atuação com os familiares, orientando sobre maneiras de favorecer a comunicação. Tudo isso pode se tornar um processo desafiador tanto para a pessoa quanto para sua família.

 

Enfrentando a APP no cotidiano

 

Nada mais direto e sincero do que o depoimento de uma pessoa que convive diariamente com quem tem APP. A Gley, esposa do Ayrton Volpe, nos conta neste vídeo como é o relacionamento e tratamento com a doença. Assista o vídeo e tenha uma visão mais de perto sobre como é a vida com a APP.

 

E o próprio Ayrton também nos manda a sua mensagem: assista aqui!

 

Uma entrevista que abre portas

 

Em julho de 2018, a fonoaudióloga do Portal da Afasia, Thais Machado, participou de uma entrevista sobre demências e APP no Conselho Regional de Fonoaudiologia – 6ª Região. Thais falou sobre a definição de Demência, as formas mais comuns, a atuação do fonoaudiólogo nas demências, a equipe interdisciplinar, os recursos terapêuticos e entre outros temas. Bateu a curiosidade?

 

Venha conferir

 

Dica de filme

 

O filme “Para Lembrar Um Grande Amor” – Estados Unidos, 1985 é uma grande experiência nesse universo que envolve a desmistificação da demência.

 

De forma poética, o filme conta a história de Bárbara (Joanne Woodward), uma professora de Literatura que recebe o diagnóstico de doença de Alzheimer justamente quando é divulgado o resultado de um concurso de Literatura. No início é tudo muito difícil, mas Bárbara e sua família vão lidar juntos na aceitação da doença.

 

Link para a sinopse do filme “Para lembrar um grande amor”

 

Confira aqui

 

O filme Para sempre Alice é um remake do filme Para lembrar um grande amor e também retrata o início da Demência de Alice e a evolução da doença. Link para a sinopse do filme “Para sempre Alice”.

 

Confira aqui

 

Assista “Para sempre Alice” na HBO Max.

 

Confira aqui

 

Para mais informações sobre Afasia e APP, você sempre pode acessar o nosso site! Lá, você encontra conteúdos completos sobre o assunto.

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