O Afásico e a Reabilitação

A vida vai mudar com a afasia

A vida do afásico e a de sua família. As relações profissionais. O grupo de amigos.

“É impactante imaginar o esforço hercúleo que afásicos fazem para conseguir se comunicar, um esforço invisível a quem está de fora, ao contrário quando o esforço é do corpo. O do cérebro é tão mais difícil! Incríveis pessoas!” (Heloisa Martins).

Saiba mais sobre Afasia

Ao falar sobre a vida com a afasia após o AVC, Ivana (familiar de afásico) comenta que “Os tipos de afásicos são tantos quantos os que existem, porque cada um é de um jeito. A evolução é imprevisível. E tudo é muito diferente e muito único para cada um. Mas existe vida após a afasia, tão boa ou melhor que a anterior, só tem que achar o caminho”.

No passado prevalecia a ideia de que, uma vez lesionado, o cérebro não seria capaz de se regenerar ou recuperar. As teses chamadas localizacionistas defendiam a ideia de que o local da lesão cerebral determinava também a localização da função cerebral. Se uma lesão em determinado lugar do cérebro causava a dificuldade para evocar palavras, aquele lugar da lesão seria também a área responsável por aquela função da linguagem, estabelecendo uma correlação direta entre lesão e função cerebral. Se a área estava afetada, a função da linguagem também estaria afetada de forma irreversível.

Os anos 90 ficaram conhecidos como a década do cérebro. Inúmeros estudos, diversas pesquisas, um avanço tecnológico fantástico nas chamadas neurociências mudaram a forma de entender e conhecer o cérebro e suas correlações com a linguagem e com a cognição. A chamada plasticidade neuronal mostrou um cérebro flexível, capaz de se reconstruir e de se reorganizar apesar da lesão cerebral sofrida. Novas sinapses, novos caminhos, “dar a volta por cima”.